O projeto Flexcraft procurou desenvolver um conceito inovador de aeronaves modulares e flexíveis, com diferentes âmbitos de atuação na mobilidade aérea, mas integrando conceitos modernos de desempenho, eficiência e sustentabilidade.
Do projeto resultaram um demonstrador de processo, um modelo VRP (Veículo Remotamente Pilotado) e uma mockup à escala real do módulo de passageiros, apresentados no passado dia 28 de janeiro no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, num evento onde a Sqedio marcou igualmente presença.
As entidades que constituíram o consórcio foram a Almadesign, o Instituto Superior Técnico, o Inegi, a SET.SA e a Embraer Portugal. José Rui Marcelino, CEO e Design Manager da Almadesign, liderou a apresentação pública dos demonstradores deste projeto iniciado no final de 2016. Nas suas palavras, “o projeto Flexcraft permitiu ao consórcio desenvolver capacidades para participar nas novas soluções de mobilidade aérea urbana e suburbana – mais eficiente e sustentável – que tem emergido, de forma exponencial, em todo o mundo”.
Desenhado para voo autónomo ou semi-assistido, o Flexcraft foi concebido de forma modular, permitindo a separação da asa da cabine e a utilização de uma mesma asa autónoma com distintas configurações de cabines para diferentes missões (comerciais e de lazer, vigilância e agricultura, de socorro e auxílio, entre outras). Dotado de capacidade STOL (Short Take-Off and Landing), o Flexcraft pode competir com soluções de asa rotativa através da operação em pistas curtas, melhorando o seu desempenho global e custos de operação. A versátil aeronave tem apenas 13 metros de comprimento e capacidade para 9 passageiros. O projeto Flexcraft foi financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
A equipa do Técnico liderou a atividade de elaboração do conceito, explorando as várias hipóteses ao nível conceptual, como explica o Prof. Fernando Lau. “Mais tarde, a equipa foi responsável pelo desenvolvimento do projeto conceptual da aeronave à escala real, assim como do projeto preliminar e detalhado, seguidos do desenvolvimento do demonstrador à escala 1:10”.
Uma das principais ferramentas de projeto utilizadas no IST, presente desde a primeira hora nos conceitos abordados, foi o SOLIDWORKS. João Lourenço, ex-investigador do IST e membro da equipa Flexcraft comenta: ”O SOLIDWORKS permitiu-nos uma iteração rápida entre os diversos conceitos, e a visualização e validação dos elementos aeronáuticos e mecânicos que utilizámos no projeto de engenharia. Foi uma ferramenta essencial para validarmos a construção física do protótipo.”
O consórcio Flexcraft está assim de parabéns, ficamos a aguardar novos desenvolvimentos e a evolução de projetos inovadores deste tipo para cenários cada vez mais aproximados a uma chegada ao mercado.