São dezenas de indústrias – dos têxteis às farmacêuticas – que estão a adaptar as suas linhas e ciclos de produção para ajudar no combate à pandemia.
Estudantes, professores, empresários, investigadores, trabalham em diversas iniciativas para ajudar a produzir material que possa responder às principais necessidades dos nossos profissionais de saúde.
Relembramos aqui alguns dos nossos clientes que têm estado na linha da frente.
Hovione
A farmacêutica Hovione adaptou a sua fábrica em Loures para a produção de desinfetantes gratuitos para as unidades de saúde, ajudando assim a responder às falhas de fornecimento de soluções desinfetantes no país, em particular nas unidades de saúde. A empresa comprometeu-se na produção de 40 toneladas por semana.
Biosurfit
A Biosurfit, empresa portuguesa de Biotecnologia sediada na Azambuja e em particular de desenvolvimento de dispositivos médicos e testes PCR, reorientou a sua atividade para o desenvolvimento de um novo processo de triagem “SMART” que está em implementação no Hospital de campanha instalado na Cruz Vermelha Portuguesa, com arranque esta segunda-feira. Este sistema permite antecipar a deteção dos processos de maior risco, facilitando a prevenção da propagação do Covid-19, tendo em conta que um dos principais problemas desta causa são os pacientes assintomáticos, mas contagiosos. Mais sobre estes equipamentos aqui.
Logoplaste
A Logoplaste, grupo industrial português com sede em Cascais, que produz embalagens rígidas de plástico reforçou o seu contributo comunitário e está a apoiar as Câmaras de Lisboa, Porto e Cascais com a oferta de garrafas de 0.5lt de desinfetante de mãos, prontos a utilizar com tampas de bomba e garrafas de recarga. Essas garrafas estão a ser distribuídas às equipas da polícia, bombeiros e aos motoristas de transportes públicos.
O Innovation Lab (iLAB) projetou, personalizou e produziu estas garrafas em tempo recorde. Estas garrafas vão também para a Associação de Farmácias de Portugal (ANF) para que possam ser distribuídas em farmácias e unidades de saúde em todo o país.
Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos (CEiiA)
O CEiiA sediado em Matosinhos, em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade do Minho, está a trabalhar no desenvolvimento de um protótipo de ventilador para produção industrial.
Beneficiando do conhecimento que possui e das matérias com que habitualmente trabalha (indústria aeronáutica), o CEiiA desenhou em 15 dias um protótipo de ventilador. Até final de Abril estima-se fabricar 100 unidades da primeira versão, 400 no final de Maio e, a partir desse período, a produção será descentralizada para a indústria nacional, com uma estimativa de 10 mil ventiladores.
Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil do Vestuário (CITEVE)
O CITEVE tem trabalhado em conjunto com a indústria e agentes do sector, em soluções de fornecimento de materiais destinados à área da saúde e de máscaras faciais médicas iniciando um processo intensivo de testes de matérias-primas, provenientes de várias empresas têxteis e comerciais, avaliando a conformidade de máscaras e equipamentos de proteção individual.
Nesse sentido, procedeu ao desenvolvimento de métodos de avaliação rápida da capacidade de filtração de máscaras faciais, reconhecidos pelo INFARMED. Para além disso, o CITEVE está a colaborar com o Ministério da Saúde e da Economia na transição digital, promovendo um eMarketPlace onde a procura destes equipamentos e artigos se possa cruzar com a lista de fornecedores que os fabricam.
O CITEVE está ainda a desenvolver um manual de instruções para as empresas que estejam a adaptar as suas produções habituais para o fabrico de equipamentos de proteção individual como toucas, máscaras e botas, materiais cuja produção estava concentrada noutros países como a China.
Faculdade de Ciências e Tecnologia
A FCT da Universidade Nova de Lisboa está a produzir em larga escala máscaras viseiras para proteção dos profissionais de saúde. A iniciativa está a ser desenvolvida pelo Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial em colaboração com o FCT FabLab. Assim, 12 impressoras 3D operam em 24/7 num laboratório, garantindo a produção ininterrupta para responder às necessidades dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo (Santa Maria, Cascais, Garcia de Orta e Vila Franca de Xira). A produção envolve 20 pessoas, entre professores e alunos, que em condições ótimas, asseguram a produção de 100 máscaras viseiras por dia.
A FCT está ainda a apoiar a iniciativa #ProjectOpenAir, lançada pelo neurocientista João Nascimento, que impulsionou a plataforma vent2life.eu, que permite a várias entidades – públicas e privadas, da indústria ou ensino – identificar ventiladores que não estejam a ser utilizados ou precisem reparação.
INEGI, ISEP, FEUP
O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) estão também a desenvolver um protótipo de viseiras de proteção para os profissionais de saúde e a recolher acetatos que serão utilizados nestes equipamentos.
Neste momento, o foco são duas soluções muito semelhantes, mas com aplicação e uso em ambientes distintos: pessoal clínico de centros de saúde na triagem e para pessoal clínico nas unidades de cuidados intermédios e intensivos do Hospital Santo António (Porto).